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Mostrando postagens de setembro, 2008
a promessa de cisne que é o rabo de um vira-lata preto de tão negro dentro da noite escura desmente o breu sem trazer aurora ou qualquer outra ilusão.

Para uma de minhas avós

Conviver é insuportável mas ver morrer é impossível: a memória mais suave virá destes resmungos sobre doces e dores, uma versão espiralada da verdade, um móbile constitutivo de amor; você me dizendo que não chora mais nem pelos seus olhos que já foram cegos nem pelo seu marido morto a tempo e eu lembrando de você chorando, você me dizendo que não chora mais e eu lembrando de você dizendo: tudo ecoa e sempre revela a sua fonte nem que seja esta voz a se repetir até a foz e se não digo que vai e inunda o mar é por ser em si o que move a maresia. [Em Campinas, 02h26 - 14/09/08]

via Góngora

Depois de tudo, só Flérida; mas sem ela, nada.
Há chutes que transformam colunas em lacraias, há tapas que desmembram mais do que falanges e cílios que de ébano espetam o que existe de epiderme até no estômago e é a tudo isso que chamarei de dor.
O verbo exige o que não existe e o substantivo desenha o impossível.
dia quente guardando a camiseta na mochila ele se verga revelando ter nas costas mais costelas e não multiquebradas omoplatas ou será um outro ser a prometer um rabo além de longo à frente largo atrás?

Áh, meu deus, Sarapalha!

Imagem
digo, Castagneto - Paisagem, 1900.