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Mostrando postagens de dezembro, 2008
lentidão de um automatismo doente tela focada no intervalo entre as cenas fagulha em forma de esperança que amorfe aço que pressuponha explosões sem fim óculos moído no ar que se toca cheira casal que goza fetos ao sabor dos cães uma mãe que rime perdão na mão que mata que todo pai seja padre de um filho travesti.
andei pelado toda uma semana antes de viajar meu armário ficou na sua casa que usasse antes deu partir seu cheiro.

Trecho final de A Separação de dois esposos, Qorpo-Santo

[…] TAMANDUÁ – Tu ainda não sabes a quarta parte da nossa! Oh! Se tu soubesses. TATU ( agarrando-o e com muito empenho ) – Ora, amigo! Diz, ainda, fala; eu quero ouvir-te. TAMANDUÁ – Não! ( Com aspecto impertinente: ) Não digo nada. Não quero te fazer saltar ao teto de júbilo. TATU – Mau! Ingrato! A gente quer tanto bem a ele, e ele ainda quer ter segredos. Quer ocultar-me coisas que me podem dar prazer. TAMANDUÁ – Não digo! Não quero! ( Muito zangado e batendo com as mãos. ) Estou com raiva. TATU – Por que, meu queridinho? ( Afagando-o ) Que te fizeram? TAMANDUÁ – Ora por quê! Inda pergunta? Não se lembra que por três vezes quis casas carnal e espiritualmente... com seu primo Eustaquinho; e depois ( empurrando-o ) até com você! E que nem ele, nem você têm querido!? Fazendo assim penar esta alma, este coração!... Esta cabeça!... TATU – O Diabo! Tu estás variando! Quanto ao espírito, nem todos os demônios que habitam por todas as regiões são capazes de nos divorciar; e, quanto ao parir.
oi?

Trecho final de A Separação de dois esposos, Qorpo-Santo

[...] TAMANDUÁ – Tu ainda não sabes a quarta parte da nossa! Oh! Se tu soubesses. TATU ( agarrando-o e com muito empenho ) – Ora, amigo! Diz, ainda, fala; eu quero ouvir-te. TAMANDUÁ – Não! ( Com aspecto impertinente: ) Não digo nada. Não quero te fazer saltar ao teto de júbilo. TATU – Mau! Ingrato! A gente quer tanto bem a ele, e ele ainda quer ter segredos. Quer ocultar-me coisas que me podem dar prazer. TAMANDUÁ – Não digo! Não quero! ( Muito zangado e batendo com as mãos.) Estou com raiva. TATU – Por que, meu queridinho? ( Afagando-o) Que te fizeram? TAMANDUÁ – Ora por quê! Inda pergunta? Não se lembra que por três vezes quis casar carnal e espiritualmente... com seu primo Eustaquinho; e depois ( empurrando-o ) até com você! E que nem ele, nem você têm querido!? Fazendo assim penar esta alma, este coração!... Esta cabeça!... TATU – O Diabo! Tu estás variando! Quanto ao espírito, nem todos os demônios que habitam por todas as regiões são capazes de nos divorciar; e, quanto ao parir.
Não sei narrar cenas de amor: É como se uma parte de mim ainda cresse piamente no fato amor não se faz Deus o fez e tudo que os corpos fazem e tudo o que neles se roça fosse uma doutrinagem branda e corrosiva selfyeast traduzido, mas ainda assim o amor teima em cair do chão.
Desculpa se eu sou muito burro, mas não lembro de indicação alguma no contrato com o Google Analytics que dizia que ele funcionava (gratuitamente) por um período expirante específico, só sei que este é o segundo blogue que tenho que voltar cabisbaixo rabinho entre as pernas pro Feejit. [Causando, ouvindo Bourbon Princess]

via Rafael Perez

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Não tenho nada de estrangeiro, nunca tive e este corpo é daqui mesmo a língua colada ao véu dos sons possíveis e a rasteira antes de aprender a lição do ar que me faz caseiro, anônimo. LRP John Martyn (1946-)

recado, Al Berto

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ouve-me que o dia te seja limpo e a cada esquina de luz possas recolher alimento suficiente para a tua morte vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer - vai por esse campo de crateras extintas - vai por essa porta de água tão vasta quanto a noite deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te e as loucas aveias que o ácido enferrujou erguerem-se na vertigem do voo - deixa que o outono traga os pássaros e as abelhas para pernoitarem na doçura do teu breve coração - ouve-me que o dia te seja limpo e para lá da pele contrói o arco de sal a morada eterna - o mar por onde fugirá o etéreo visitante desta noite Baravelli, Luís Paulo - O Arco, 1985 não esqueças o navio carregado de lumes de desejos em poeira - não esqueças o ouro o marfim - os sessenta comprimidos letais ao pequeno-almoço In: Horto de Incêndio, 1997.
vinho barato rubi de biju vinho caro rubi de biju contra a luz.

FÁBULA, Eugénio de Andrade

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Estavam ali diante dos meus olhos: era terrível e ao mesmo tempo fascinante. Ao princípio pensei que ele a estava a matar, logo a seguir percebi que não, que talvez ambos estivessem a morrer, só depois qualquer apelo distante se fez carne em mim. Então todo eu fiquei amarrado àqueles gestos, àquela respiração fatigada e difícil, àquele balbucio que lhes saía ralo da boca. Os seios de Maria caíam nus da blusa. Uma das mãos do carpinteiro perdia-se nos seus cabelos emaranhados, a outra parecia ter-se enterrado na areia. O resto era aquele corpo todo de homem: rígido e fremente ao mesmo tempo, à força de concentrar todo o ímpeto nas nádegas, arco de onde a flecha partia, para se cravar exasperada nas entranhas da rapariga. Parecia um cavalo ofegante - os olhos cerrados, o suor escorrendo da raiz dos cabelos, espalhando-se pelas costas, pelos flancos, pelas pernas, quase todas descobertas. Um cavalo cego mordendo o céu branco de agosto . Mas a terra chamou-o, e um relincho prolongado enche

Quotidiano

Depois do alento, há uma vitória ingrata aos que não sabem cantar: todos nós ao fim do mundo já descalços tropeçamos em saltos ainda, ruído ainda lamento Melancolia se perdendo sons por dentro Desalento descanso desdém dia: Há algo a ser acrescido antes que tudo fim Uma mudança dialetal, contato contrato Algo algo antes que tudo some. aspeto aspecto