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Mostrando postagens de maio, 2009
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Eu quero ler Leo Spitzer , porra, e aquela biblioteca fechada... Só sei que o "Três ensaios sobre o êxtase" começava criticando horrores as ideias do Alan Shapiro sobre poesia e eu lá, concordando e metendo o pau junto. Pois bem, hoje me ocorreu ver os poemas deste último no Poetry Foundation e, a não ser que mau gosto seja um dos efeitos colaterais de plasil e neosaldina , Old Joke parece um ótimo poema. * Além disso, ele acaba de ser eleito por mim o feio mais interessante EVER . Segue a prova: ps .: Acho que vou arriscar postar uma tradução de Creeley por aqui. ps 2: Shapiro é um sobrenome onipresente na cultura dos EUA, vide créditos da série Seinfield .

via Carlito Azevedo

Fazer poesia é ouvir no talo canções sussurradas para não perder o saxofonista chato da Paulista nem o discurso fascista de um mendigo. Fazer poesia é encarar nos olhos a realidade, piscar flertivo o olho são e lá encontrar tapaolho de espelho para o olho convulso.
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Pôr pêlos em xícara prova que sombra é sempre o menos surreal: A mesma sombra felina percorre todos os leões domésticos: - Esta colher revestida de gueopardo , provação ao próprio ato de salivar, quem hoje degusta o próprio café? - Pêlos finos e compridos imitam as ranhuras dos lábios desgostosos que não se tocam somente para sorver depressa o café cotidiano - Azulejos são cacos programados, ritual grego perpetuado por portuguesas velhas toda vez que sobra café velho ________ por falta de visitas repentinas Elas berram disparates capazes de enquadrar o que sobra de estilhaço no chão nem sempre azuis. * A mesma e a outra (1997) - Regina Silveira
plantações de trigo decoram o maior pinheiro do mundo crianças incendeiam joio e jacarés se empilham hipnotizados pela canção do olho do sol que fala de um céu feito mar azul cheio de cardumes de carne branca É a contagem regressiva para o natal que nos cega ao movimento dos répteis rumo à luz que chamamos de folhagem enquanto é verde até que o outono chegue e a jovem encontre semente entre seus pêlos. É este o mito chamado vida de vidas surgirem do que está morto.

A CRIANÇA - M. Cesariny

OBJECTO QUE SE USAVA PARA PROVOCAR SOLIDÃO. OS ÚLTIMOS A CONHECER O SEU USO FORAM OS DRUIDAS QUE LHE CHAMAVAM "O PREGO DA MELANCOLIA" E O CRAVAVAM NA TESTA DAS MULHERES PARA QUE FOSSEM PURAS E ISENTAS DE PRECIPITAÇÃO. HÁ FÓSSEIS QUE PERMITEM LOCALIZAR O APARECIMENTO DESTE UTENSÍLIO DURANTE TODO O SEGUNDO GLACIAL. * "Um povo criança, não é?"