Em homenagem às inúmeras (5) visitas randômicas buscando Jorge de Lima, aqui vai mais um poema dele; no Invenção de Orfeu , este segue o outro postado aqui por inteiro. Poesia nordestina, católica e delirante na linha do tempo deste grande poeta, que sincronicamente não deixa de ser menos esquizofrênico... Até! XXVII - Canto I Há uns eclipses, há; e há outros casos: de sementes de coisas serem outras, rochedos esvoaçados por acasos e acasos serem tudo, coisas todas. Lãs de faces, madeiras invisíveis, visão de coitos entre os impossíveis, folhas brotando de âmagos de bronze, demônios tristes, choros nas bifrontes. Tudo é veleiro sobre as ondas íris, condores podem ser os baixos ramos, montes boiarem, aços se delirem. Vemos ao longe sombras, e são flâmulas, lábios sedentos, lírios com ventosas, ódios gerando flores amorosas.