Pra que tirar tanto amor
do nada, se tudo já tende
a um nada
ainda mais definitivo;
pra que tanto milagre,
se opaco até o olho fica,
envenenado leite,
catarata sem lembranças
e pra que tantas chances,
se o fundo é sempre falso
e toda serena luz Eurídice;
pra que tirar tanto de tão pouco,
se o medo ensina às pálpebras
ofícios burocráticos e diurnos?

Comentários

Anônimo disse…
Gostei... soa muito bem...
Só não entendi o verso "envenenado leite"... e tb não sei a história dessa tal Eurídice... Mas de resto eu captei... Muito bonito!

PP

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