a rosa também é ar mas são
as pétalas que desenham o corte
revelador do sangue que anima
este órgão único do ar que é a pele,
seus espinhos e olhos alheios.

*

mas da morte do cravo ninguém fala
de seu centro escuro despetalado ou já pardas
que parece uma abelha sepultada em alcova
e nem falam dos belos botões de cravo
a não ser que pareçam rosas brancas,
mas tudo que digo é só existências
e promessa de beleza em olhos alheios,
pois eu também não sei narrar a vida
ou a morte deste cravo real, singelo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O sofá laranja da dona Vésper

10