sempre acolher
longe dos umbrais os detalhes
e arcabouços, tudo que não enseja
enquadro por outro lado abarca,

o arco é uma ilusão primária, as
passagens, as distâncias, tudo

atrofia o dedo, impossiblita o toque
de tão perto a banheira do bebê
do oceano vasto que o olhar arrasa,
vê-se os tornozelos intactos

dos fatos esperando botes definitivos,
vê-se, além, os ossos prometendo
alvura em plena escuridão teórica,

o arco é uma ilusão primária, as
paisagens e as demências também
o são atesta, as piores cercas

são as disfarçadas de escadas,

o pulo acerta o teto
e constrói a casa,

só destroços compõem pianos,
só canários amarelam lágrimas,
só sapatos subjulgam livros, só
labaredas encerram páginas, só o verso
quando longo o bastante começa inteiro,
só a carteira de trabalho subjulga o livro,
só a flauta é um instrumento horrendo,

o mergulho cria o chão
ali onde a onda é impossível,

pavimento, música alternativa,
versos famosos de um poeta vesgo,

só a viola substitui o violão:
libo lilio lírio (açucena) lily yuri;

o espanhol é ambíguo, só ele.

, lrp. 00h16 - 02/07/10.

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