te leio
como se fosse para
esquecer os oito gatos
que perambulam pelo seu apartamento

a despeito de vizinhos distantes
que se dão ao trabalho

e no que você escreve
mal percebo sua mãe
que ocupa sem perdão nossas conversas
e minha conta-corrente (telefone)

mesmo quando:

Sônia, a matriarca,
caga feito recém-nascida
quando come porcarias.

te falo pra parar de ler Chicalvim
e você diz que esse jeito de chamá-lo
te lembra um sorvete que te dá fome

Quando não te leio fica mais difícil,
aquele seu sobre a luz da geladeira.

Aqui não tenho fome.

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