três poemas antecedidos de para

para André Pereira

libélula de apartamento
quando dobra o pinto contra o assoalho claro
não encontra a virilidade que pretendia tirar

e, sobre o chão,
não é mais do que o besouro morto
que eu pretendia descrever com barbas.

(Porto Alegre, 8jan13)


para Raquel Parrine

quando junta tranco com tranco
meu coração não dá conta

é preciso ficar onde borbulha,
aproveitar a paisagem

o único mapa que levo são os gêiseres.


(que está em PoA)
para Marcelo Pierotti

oroboros cão
só que dois
uma ilusão de quem costuma beber
cita Hobbes que te mordo, duvida
não encaro o que periga canibalismo
é coisa daquelas que se faz entra
acho que se devoravam, se eu culpar
a pardice da noite pela dúvida
terei que ignorar que não latiam,
que não abanavam o rabo,
que a fome lhes me ausentava.

(que perdeu esta aposta)

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